Humorista volta à RTP1 com um "late night show" e diz estar como não se sentia há 10 anos.
"Orgulho e alegria do emigrante que regressa a casa", é como o humorista descreve o seu retorno, volvida uma década, à estação pública com "Herman 2010", formato pautado pela simplicidade, que arranca sábado, dia 17, num horário perto das 23 horas.
"Não venho armado em diva", garante Herman José. "É humildemente e muito motivados que encaramos este projecto, nada megalómano. Com as dimensões certas", esclarece remetendo para a parceria no formato com as Produções Fictícias, que ajudou a fundar em 1991. "De vez em quando tenho o direito de ser feliz, algo que não acontece há alguns anos".
Grosso modo, assim se podia resumir o estado de espírito ontem manifestado pelo apresentador que nos últimos dez anos esteve associado à SIC, passando ainda pela antena de Queluz. "Os três meses que estive na TVI foram encantadores. Ficou uma genuína amizade", esclarece. Já o mesmo não parece ter sucedido em Carnaxide.
Herman considera ter "o mesmo entendimento de serviço público que José Fragoso", director de Programas da RTP1: "Fazer diferente e fazer bem". E assume: "Desde 2006 que tenho vontade de voltar. Apresentei propostas que foram declinadas por não ser o momento certo", reconhecendo que precisava de se "regenerar e reconciliar com os espectáculos", o que aconteceu no entretanto. Daí, afirmar que admira "a formalidade" de Fragoso, quem conota com um "carácter alemão". Porque o canal do Estado se pode "dar ao luxo de não viver na obsessão das audiências", Herman pretende "retomar os caminhos do humor, mais ou menos correcto" e embora este programa se prenda "com o código genético de 'Herman 98' e 'Herman 99' [RTP], trata-se de uma escala diferente", afiança. Sem regras, no formato que irá para o ar semanalmente, cerca das 23 horas, o propósito será criar "novos bonecos", o que não inviabiliza "piscar o olho ao arquivo da RTP", refere.
A única "cunha" que o apresentador "meteu" ao canal, foi que o embrulho das emissões, 13 para já, fosse gravado antes e não em directo, o que justifica pela "dificuldade em mobilizar convidados aos sábados à noite". Herman José coloca a fasquia do formato, que revisita o modelo dos "talk shows" americanos, num pleno "entre audiências confortáveis e o agrado dos entrevistados".
Por seu turno, José Fragoso, realçando "a importância do regresso de Herman à RTP", assegura
que tal não constituiu um investimento avultado em tempos de crise. "Apostamos na qualidade e diversidade, mas trabalhamos dentro do nosso orçamento, na linha dos outros conteúdos".
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