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Herman José

Herman José

Entrevista JN

Joana, 22.03.08

Em entrevista via mail, Herman José deixa adivinhar nas palavras o grau de satisfação que vive actualmente. Depois de meses assombrado pela incerteza quanto à sua permanência na estação onde entrou em 2000, o humorista está confiante "Vou fazer o programa dos meus sonhos".

JN| Já firmou algum acordo com a SIC com vista à sua permanência?

Herman José| Na prática, tudo o que tinha sido acordado informalmente no nosso primeiro encontro foi confirmado. Há uma grande coincidencia de pontos de vista, e uma mesma maneira de analisar o 'statuos quo' do estado da televisão em Portugal. Todos os pormenores referentes ao contrato e aos conteudos, serão anunciados num encontro com jornalistas, a ser marcado em breve no Tivoli Caffé. Não quero tirar ao meu director de programas, o privilégio de anunciar os pormenores de um acordo que tem como ponto de partida a sua militância, a sua visão lisonjeira do meu trabalho, e a sua certeza de que a programação de uma televisão generalista não pode viver de monoculturas.

Está previsto só um programa ao longo desse contrato?

A nossa base contratual está assente num programa semanal. Mas é obvio que estarei disponível para todas as colaborações em que seja util. Lembro-me que no principio do meu namoro com a SIC, foi possivel aliar a produção do Hermansic, à produção das "Anedotas do Herman", à feitura de filmes como o saudoso "Lampião da Estrela", à apresentação de concursos como o "Masterplan", de galas como os "Globos de Ouro", ou à realização de especiais como "O Regresso do Serafim Saudade", "A Fabulosa História do Diácono Remédios", ou o "2002 Odisseia na Tenda".

Quais as características desse formato?

Sem querer entrar em pormenores, nunca escondi que me sinto especialmente à vontade no formato "talk show sumarento"... Será nessa direcção que trabalharemos, recusando a facilidade e as soluções óbvias.

Vai ser em horário nobre de fim de semana?

Essa decisão está em aberto e é, para mim, secundária. Dependerá do puzzle que a direcção de programas entenda fazer na "rentrée", e do enquadramento ideal do produto final.

Há quanto tempo terminou o anterior contrato com a SIC?

O meu vínculo profissional com a SIC terminou no papel em Janeiro. Emocionalmente não se quebrou. Nem senti que nada tivesse mudado. Não se apagam oito anos de vida de repente.

Chegou a ponderar algum convite para outra estação?

A RTP está sempre no meu horizonte. A ideia de serviço publico, permite-me sonhar com outros projectos que não têm cabimento em estações comerciais. Se tivesse tido sinais de desamor, cansaço ou desinteresse por parte da SIC, teria batido humildemente à porta da RTP. Mas o destino guarda-nos surpresas incríveis foi precisamente um dos agentes que ajudou a RTP a reencontrar o seu espaço e a "reganhar" o seu orgulho, que me permite agora fazer o programa dos meus sonhos na SIC. Por isso, é que o lema da minha vida continua a ser aquele título de um dos filmes do James Bond "Never say never" (Nunca digas nunca).