Quem admira a minha resiliência, defende a tese de que tenho uns grandes tomates. Na verdade, muito poucos os viram. Fica portanto aqui a imagem da minha produção acabada de colher. O mangericão também é endémico, só os rebentos de espargos é que são visita de fora.

Noël Coward is remembered as the most witty and elegant of theatrical personalities. He left behind over fifty plays, twenty-five films, hundreds of songs, and several books. Fortunately, he also left behind these diaries chronicling the last thirty years of his life, from 1941 to 1973. Moving through the theatrical, social, political, and historical worlds on both sides of the Atlantic, the impressive cast of characters includes Laurence Olivier, Frank Sinatra, Lauren Bacall, John and Jackie Kennedy, Harold Pinter, members of the Royal Family, and the Beatles, among a host of others. The Noël Coward Diaries is a social and theatrical chronicle as stylish and irresistible as the man himself.

Tenho uma coisa divertidíssima para vos confessar. Eu sou o tipo de artista, a quem as grandes empresas pedem favores. Ou seja - como é que eu hei-de explicar isto... Passei tantos anos a convencer tudo e todos das minhas extraordinárias características de "show man" e animador de luxo, que recebo telefonemas do género (ainda esta semana recebi um): "Senhor Herman José, fala da (...imaginem uma empresa dos PSI 20)... Vamos fazer uma gala de aniversário com o fulano de tal (que cobra o dobro de mim) e a não sei quantas (que cobra três vezes mais), e adoravamos que colaborasse... Não temos infelizmente verba para o contratar, porque não chegamos aos seus números (???), mas gostavamos que estivesse presente como "padrinho" da inciativa... E já agora se pudesse actuar, sabe que o pessoal aqui adora-o..." :-) Como é que eu saio desta ? Faz-me lembrar uma colega de escola, a LF. Era tão bonita, tão classuda, tão precocemente boazona, que ninguém a convidava, para evitar levar uma nega. A maior parte das vezes ficava o fim se semana em casa - sozinha - a ver televisão. As mais feias, acabavam no Guincho dentro de um MGB GT, com uma perna no volante, outra na janela, e um matulão em cima. :-)

Há momentos em que me armo em 'mete-nojo'. Nesse dia ensolarado de Junho tinha alugado um S600 com um 'driver' de Puerto Rico que queria ser o Ricky Martin. Saí do Península mascarado de vedeta internacional, fui buscar a minha amiga Isabelinha à 1 East com a 78th (a tirar um mestrado do caraças no Institute of Fine Arts da NYU), e entrei no Spice Market com postura à la Robert Redford. Duas copeiras da cozinha portuguesas toparam-me. Dei-lhes autógrafos com o mesmo ar amoroso com que a Bárbara Guimarães beija o Jorge Palma. A coisa pegou, e foi uma comoção. Toda a gente queria autógrafos. "Who the fuck is he" ? perguntavam na mesa ao lado. "A big star in Brasil" respondeu uma tonta que tinha apanhado a explicação do ar. Nessa noite acabei a ver a Jessica Lange e o Christian Slater a representar Tennessee Williams (Glass Menangerie). No dia seguinte saí em calções, havaianas e T shirt e fui comer uma salada. Voltei à minha dimensão de artista de variedades de País periférico. Nada me diverte mais do que os contrastes. :-)

Oscar Wilde é um dos meus ídolos. No seu único e extraordinário romance "O Retrato de Dorian Gray" (transformado em peças de teatro e filmes amiudadas vezes), a personagem que assume as suas ironias, os seus trocadilhos, as suas idiossincrasias, os seus fantásticos epigramas, chama-se Lord Henry. Quando confrontado com a inquietante e persistente juventude do protagonista, diz esta frase absolutamente deliciosa... (É daquelas que me fazem "comichão nos dentes"...)